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Helena da Silva

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Helena da Silva (m.1590, Celas, Coimbra), também referida na antiga ortografia como Elena da Silva, foi uma religiosa cisterciense e poetisa portuguesa do século XVI.[1][2]

Natural de Coimbra e de uma família da nobreza portuguesa, D. Helena da Silva já era nascida em 1567, sendo a segunda filha de D. António de Almeida (m.1592), contador-mor, e de D. Valéria Borges (1530-1598). Dos sete filhos do casal foi a única a adoptar o apelido Silva em vez de Meneses como os seus irmãos. Era neta pelo lado materno do dramaturgo português Gil Vicente (1465-1536) e pelo lado paterno de D. Luís de Meneses da Casa de Abrantes.[3]

Bastante jovem partiu com os seus pais para Lisboa com o intuito de encontrarem um fidalgo para com ela se casar, contudo, durante a viagem, após se cruzarem com um peregrino de Borgonha, que lhes pediu esmola, D. Helena da Silva irrompeu em lágrimas, contando-lhes que tivera uma visão e desejava seguir a vida religiosa. Cumprindo com os seus desejos, de regresso à sua terra natal, os seus pais ingressaram-na como noviça no Real Mosteiro de Santa Maria de Celas, pertencente à Ordem de São Bernardo ou Cister, onde pouco depois adoptou os conselhos evangélicos, os votos religiosos e o hábito tornando-se religiosa.[4] Por essa ocasião, a sua tia e madrinha de baptismo D. Paula Vicente conseguiu atribuir, junto da Infanta D. Maria, o valor de dez mil reais de tença por ano à jovem freira.[5]

Cumprindo longos períodos de meditação e clausura monástica assim como vários regimes exaustivos de jejum, ficando somente a pão e água, rapidamente começou a ganhar fama pela sua extrema devoção à Paixão de Cristo e pelas suas visões, tendo profetizado sobre a batalha de Alcácer-Quibir e a morte de D. Sebastião antes de estes eventos ocorrerem.[6]

Faleceu a 28 de maio de 1590, durante o sono.[7]

Fluente em português, castelhano, francês e latim, durante a sua vida monástica, D. Helena da Silva ficou também célebre por ter escrito vários poemas e textos em castelhano, tais como La pasion de Cristo nuestro Señor (apud Anno Historico) e Vida de Nossa Senhora a partir dos versos de Virgílio.[8][9][10]

Referências

  1. O Rosto feminino da expansão portuguesa: congresso internacional realizado em Lisboa, Portugal 21-25 de novembro de 1994 : actas. [S.l.]: Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres. 1995 
  2. Barros, Thereza Leitão de (1924). Escritoras de Portugal: génio feminino revelado na literatura portuguesa. [S.l.]: T.L. de Barros 
  3. Freire, Anselmo Braamcamp (1944). Vida e obras de Gil Vicente: "trovador, mestre da balança". [S.l.]: Ocidente 
  4. Cardoso, George (1666). Agiologio lusitano dos sanctos e varoens illustres em virtude do reino de Portugal... [S.l.]: Na officina Craesbeekiana 
  5. Revista de historia. [S.l.]: A.M. Teixeira. 1918 
  6. Lisboa, Biblioteca Nacional de (1930). Inventario dos Códices Alcobacenses. [S.l.]: Biblioteca Nacional de Lisboa 
  7. «Helena da Silva, Soror | Escritoras». Escritoras em Português 
  8. Castilho, Antonio Feliciano de (1849). Camões: Estudo historico-poetico. [S.l.]: Typographia da rua das Artes 68 
  9. Alatorre, Antonio (2007). Sor Juana a traves de los siglos (1668-1910): 1668-1852 (em espanhol). [S.l.]: El Colegio de Mexico 
  10. Céu (Sóror), Violante do; Céu (Sóror), Maria do (1914). Escritoras doutros tempos: extratos das obras de Violante do Céo, Maria do Céo e Madalena da Gloria. [S.l.]: França Amado